Inteligência Artificial
Febraban Tech: 3 cases de IA nos bancos
4 minutos de leitura
A edição de 2024 do Febraban Tech teve 55.000 visitas em São Paulo (SP) e foi a maior de sua história, tanto em público quanto em área construída. Inteligência Artificial (IA) foi o principal tema das discussões protagonizadas por líderes do setor financeiro e profissionais de tecnologia.
A CWI foi expositora no evento e acompanhou a farta programação de painéis. Buscamos absorver o máximo de conhecimento com diferentes referências do mercado e, como sempre, queremos fazer esse conhecimento circular.
Confira a seguir 3 aplicações de IA apresentadas no Febraban Tech por grandes bancos brasileiros:
Resumo de atas
O gerente de Dados & Analytics Rafael Wandresen e o gerente de sistemas Leandro Borges compartilharam a maneira como a Inteligência Artificial tem melhorado os processos no Bradesco. Uma das iniciativas de IA no banco teve o objetivo de gerar informações a partir de atas de reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom).
Wandresen explica que a primeira etapa para isso é o scraping, um processo de extração de dados – que em seguida passam por uma IA generativa. Como resultado, os analistas do banco recebem uma interpretação da ata e um indicador (Hawk-Dove) que aponta uma tendência de alta ou de baixa nos juros.
O Bradesco estima que a iniciativa resultará em um aumento de receita de R$ 4,2 milhões ao ano. “Obviamente que a IA generativa não faz nada sozinha”, afirma Wandresen. Ele salienta que, em última instância, são os analistas que tomam as decisões necessárias, apoiados pelos indicadores e resumo gerados por IA.
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Melhora no desempenho de chatbot
O painel de Wandresen e Borges também incluiu o uso de IA generativa para transformar o chatbot do Bradesco (BIA), cujo projeto foi iniciado em 2015. O banco expôs que, com a mudança, houve uma percepção de melhoria de ~80% pelos usuários finais.
As perguntas feitas à BIA são divididas em quatro categorias: simples, informacionais, imprecisas e com erros de digitação. Em todas, houve aumento no percentual de respostas úteis ao usuário. “A BIA com IA generativa está conseguindo ser muito mais resolutiva com os usuários”, resume Wandresen.
IA como um meio, não o fim
Na abertura do Febraban Tech 2024, Milton Maluhy Filho destacou uma premissa que também guia o trabalho da CWI: “a IA é um meio, não um fim em si mesma”. Segundo o CEO do Itaú Unibanco, a tecnologia está sendo usada para criar valor para o cliente e buscar mais eficiência na operação.
Mario Leão, CEO do Santander, concorda. “Só faz sentido a gente focar nisso [Inteligência Artificial] se fizer sentido para o cliente, então obviamente o cliente tem que sentir o benefício em preço, agilidade, competitividade.”
A perspectiva de que não se trata da tecnologia pela tecnologia também foi destacada pelo CTO do Itaú Unibanco, Carlos Eduardo Mazzei, no painel Inteligência Artificial a serviço do cliente. “É o uso da tecnologia aplicada à criação de uma experiência única e eficiente”, resumiu.
Contextualização de clientes investidores
Como exemplo desse tipo de experiência, Mazzei compartilhou um case da plataforma de investimentos Íon. Segundo o CTO, o uso de IA nessa situação trouxe evolução tanto na experiência do colaborador quanto na do cliente.
O banco utiliza Inteligência Artificial Generativa, algoritmos de Machine Learning, técnicas de modelagem de dados e análise estatística para mapear usuários que tiveram uma rentabilidade diária atípica em seus investimentos. Esses clientes recebem “um resumo individualizado das notícias que podem ter afetado suas carteiras e, quando necessário, indicações de melhorias em seu portfólio de investimentos”.
O CTO do Itaú Unibanco explica que esse resumo pode ser entregue via aplicativo ou por um colaborador. Com a tecnologia, as pessoas do Íon conseguem assessorar de forma mais rica, contextualizada e específica para o cenário do cliente em questão, trazendo a informação mais relevante para aquele momento.
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