Ir para o conteúdo

Os conceitos de Gerenciamento por Objetivos (Management by Objectives) idealizados por Peter Drucker em seus estudos sobre “A Prática do Gerenciamento”, em 1954, foram muito precursores para a época. A partir deles, surgiram termos que utilizamos com frequência nos dias de hoje, por exemplo: OKRs e Critérios SMART, sigla que iremos abordar nesse post.

Nas empresas, os anos tendem a começar muito similares: precisamos estruturar o nosso planejamento estratégico. Esta frase, normalmente, é dita por alguma pessoa que está no topo da pirâmide empresarial e desencadeia uma série de rotinas que afetam mais uma série de pessoas que executam uma gama de atividades ao mesmo tempo. O foco de tudo isso é termos objetivos claros e bem estruturados no final do processo.

Os Critérios SMART

É neste momento que entram os Critérios SMART. Para quem não sabe, a sigla representa:

  • S: Specific (Específico)
  • M: Measurable (Mensurável)
  • A: Assignable (Atribuível)
  • R: Realistic (Realista)
  • T: Time-bound (Com Prazo Limite)

Estes critérios são utilizados como norteadores da formulação de objetivos, trazendo coerência e clareza para o processo.

A Cultura da Experimentação

Recentemente, falamos sobre aprender com as nossas falhas. Este aprendizado é possível, desde que estejamos vivendo em um ambiente onde a experimentação é constante, ou seja, a organização se sente confortável com a incerteza de planejamento e, por isso, tem a tendência de rodar experimentos para reduzir ela e aprender cada vez mais sobre o contexto que está inserida.

Em contextos onde é preciso aprender constantemente, trabalhar com objetivos de longo prazo que evidenciem quem vai ser o responsável, se ele é realista o suficiente e qual é o prazo que eu vou atingi-lo, pode ser uma forma de inibir a experimentação.

Objetivos não precisam ser SMART o tempo todo

Cada organização está inserida em um contexto específico, e isso faz com que a formulação de objetivos seja realizada de forma que se encaixe na situação corrente. Para os casos da empresa estar inserida em um ambiente complexo, onde a experimentação é muito importante, pensar em todas as variáveis ao mesmo tempo nos transporta para o cenário conhecido como Big Design Up Front (BDUF), ou seja, todo o desenho da solução é feito antes da execução.

Quando adotamos abordagens preditivas, como o BDUF, tropeçamos em algumas situações que não favorecem a cultura de agilidade de experimentação, colocamos muita ênfase em planos altamente detalhados e menos em práticas que reduziriam incertezas que pairam sobre os times. Outro ponto importante é que, se definirmos o plano muito antecipadamente, não teremos como garantir que as condições nas quais o planejamento foi feito serão mantidas durante todo o ciclo de vida da iniciativa.

É por isso que é possível pensar nos objetivos estratégicos como sendo Specific e Measurable (Específico e Mensurável), fazendo com que a alta administração da empresa também entenda o poder da experimentação para a sobrevivência dos negócios. Em outras palavras, não focar em garantir que o objetivo é 100% atingível no prazo definido e feito por pessoas determinadas.

Isso não quer dizer que os objetivos devem ser, portanto, irrealistas, sem prazos e sem direcionamento sobre as pessoas envolvidas com eles. A questão é o peso que se dá para cada uma das variáveis dos critérios SMART. Quanto mais variáveis forem fixadas nesta nas definições, menos negociações e espaço para experimentações existirá.

Referências:

Outras publicações