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Quem trabalha com design de experiência sabe que, para criar produtos que realmente atendam às necessidades dos clientes, os testes de usabilidade são primordiais. Essa poderosa ferramenta permite que você mergulhe no mundo real dos seus clientes, coletando insights valiosos que moldam o futuro de suas criações. 

Este artigo é fruto do Circular Design do mês de julho orientado pela nossa cwiser Carolina Peres, que é product designer. O Circular Design é uma iniciativa interna da CWI que abre espaço para discussões e trocas mensais sobre vivências em projetos, assuntos em alta e trocas de conhecimento. 

Como nosso objetivo também é compartilhar aprendizados, neste artigo trouxemos 3 abordagens que a Carol apresentou na Talk que vão ajudar você a transformar esses insights em ações concretas, impulsionando o sucesso de suas soluções.

Além da expertise da Carol, o conteúdo ministrado foi orientado pelo livro Simplificando Coisas que Parecem Complicadas, de Steve Krug.  

Vamos lá!

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O que são testes de usabilidade?

Com o objetivo de facilitar o uso para as pessoas ou até mesmo avaliar se é fácil de usar, os testes de usabilidade servem para observar as pessoas interagindo com o que você está criando/projetando/construindo ou também algo que já foi criado.

A partir daí, você pode escolher fazer o teste remoto que é dividido em dois, dependendo do seu objetivo.

Se você busca:
(x)uma abordagem qualitativa

(x)por insights profundos

(x)dados mais ricos
O teste moderado é uma ótima opção pois é conduzido por um moderador treinado para obter insights mais aprofundados dos usuários. Além disso, através dele é possível haver uma interação direta entre o moderador e os participantes, o que permite mais compreensão das experiências e perspectivas dos usuários.

Se você: 

(x) procura um teste menos complexo

(x) tem um fluxo simples

(x) não quer um acompanhamento de um facilitador

A opção é um teste não-moderado, um método de pesquisa em que os participantes realizam tarefas e fornecem feedback sem a presença direta de um moderador. Neste tipo de teste os clientes ficam em sua própria casa e também utilizam seus próprios dispositivos para utilizar sites ou aplicativos que estão sendo testados.

Mas o nosso foco neste artigo é o teste qualitativo, pois queremos mais informações dos nossos usuários.


Vantagens dos Testes Moderados

A Carol destacou as principais vantagens dos testes moderados: 

  • Sessões mais longas que um teste não-moderado, geralmente em torno de 1h e abrem espaço para explorar de forma mais aprofundada um produto;
  • Possibilidade de alterar, pular e reordenar tarefas conforme necessário;
  • Possibilidades de fazer perguntas mais específicas na entrevista e colher insights que não estavam previstos;
  • É menos provável que o participante esteja dividindo a atenção com outras tarefas;
  • A equipe pode assistir o teste ao mesmo tempo e discutir os resultados imediatamente após a sessão;  
  • Maior probabilidade de captar as dificuldades do usuário, às vezes ele dirá que foi tudo fácil, mas acompanhando a tarefa você observou ele ter dúvidas e dificuldades. 

Uma dica de ouro que a Carolina deu durante o Circular que vale destacar:

“Quando a gente vai priorizar o que é mais relevante testar, é importante pensar onde o usuário vai ter mais dificuldade, ao invés de levar aquilo que nós queríamos provar que é mais fácil de usar. Então, leva o que tu acha que o usuário vai ter mais dificuldade”, destacou. 


Abordagem 1: entrevista

A primeira abordagem para gerar insights valiosos é a própria construção da entrevista. Segundo Carolina, elas são muito mais efetivas quando começam com perguntas amplas e abertas. “Esses questionamentos vão deixar o participante confortável para que ele fale da experiência dele. Além disso, vai permitir que ele compartilhe histórias que vão além das informações que você não estava esperando e que depois geram dados novos e imprevistos”, destacou. 

Nem sempre os entrevistados dão respostas completas, mas é possível ir criando outros questionamentos para estimular a conversa. Por exemplo:

Você pode me dar mais detalhes sobre isso?
O que você quer me dizer com isso?

Por que você pensa isso? 

Para depois fazer perguntas fechadas como:

E você comprou o produto pelo app ou pelo site? 

Antes de comprar, quais informações você olhou? 

Quanto mais natural for a conversa, mais respostas valiosas você terá em seu teste! 


Abordagem 2: estruture suas tarefas

A parte de estruturação de tarefas é essencial para colher bons insights do usuário, pois quando você for aplicar o teste você já terá em mente tudo que precisa observar. Segundo Carolina, o que virá além do roteiro da estrutura são extras. 


Um modelo de estruturação que pode ser seguido:

Qual o objetivo do teste?
O que você quer observar no teste?

Quais as hipóteses?
Quais os insights que busca?
 


Abordagem 3: afunilando as perguntas finais

Para o fim do teste, Carolina sugere que se faça um afunilamento das perguntas, pois assim será possível ter insights importantes da participação do usuário. 

Exemplos: 

O que você achou desta experiência sobre a página desse aplicativo? Uma pergunta ampla e aberta permite que qualquer coisa relacionada à tarefa seja compartilhada. 
Teve algo que você sentiu dificuldade? E o que foi mais fácil? Perguntas abertas mais específicas focadas na facilidade de uso. Solicitamos para os usuários qualquer lembrança de algo que tenha sido fácil ou difícil. 
O que você achou dos filtros que estava usando? Pergunta aberta ainda mais específica. Com ela focamos a atenção do usuário nos elementos específicos da interface que ele utilizou na tarefa. 

Dicas Finais

Como dicas finais, Carolina destacou alguns tópicos bem interessantes que podem ajudar você nos seus próximos testes!

  • Assista o seu teste e analise onde você pode melhorar;
  • Tenha um observador te acompanhando para agilizar os resultados e te ajudar a pegar coisas que você não viu na hora;
  • Tenha colegas e amigos que te avisem quando você estiver induzindo;
  • Não seja uma pessoa ansiosa, deixe o usuário explorar o protótipo antes de avisar o que funciona ou não;
  • Não encha o usuário de perguntas a todo momento, observe e faça questionamentos nos momentos certos! 
  • Evite utilizar telas de conclusão de tarefas. Isso acaba induzindo o usuário a tentar “acertar” e atender expectativas, quando na verdade não existe certo e errado nos testes. Quando não utilizamos essas telas conclusivas, é possível coletar comportamentos inesperados sem que ele saiba se está atendendo ou não a expectativa que existia de fluxo. 

Esperamos que você tenha gostado das dicas e que seus testes melhorem cada vez mais!

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