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Neuromarketing para o seu negócio, entenda-o e aplique na prática
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Em um cenário onde há uma pluralidade de ofertas para os consumidores, e o consumo passa a ser uma ação recorrente por parte das pessoas, as pesquisas de comportamento e suas práticas de investigação devem ser recorrentes não só como um apoio ao marketing, mas também como parte integrante e contínua do fluxo de negócio.
O neuromarketing é uma prática que ajuda a compreender o que influencia o consumidor na sua decisão de compra. Uma área da ciência que ainda está em desenvolvimento, mas que promete entender o funcionamento neurológico do cérebro para inovar em diversos campos do negócio. Vem entender um pouco mais.
O que é neuromarketing?
O conceito de neuromarketing surgiu com o professor de marketing, Ale Smidts. A junção das palavras neurologia e marketing já passa uma boa ideia do que a área estuda. A partir de mapeamentos da atividade do cérebro humano com equipamentos de ressonância magnética, pesquisadores conseguiram estimar a influência neurológica que alguns estímulos possuem no comportamento do consumidor.
Ao utilizar as técnicas de mediação de atividade cerebral é possível ter uma resposta mais exata sobre o processo de decisão de compra do indivíduo. Esse processo ocorre no subconsciente da pessoa e, com os métodos da neurologia fica mais claro quais os caminhos para uma maior aceitação e melhores reações.
Como o neuromarketing pode ajudar o seu negócio?
O neuromarketing é um estudo que serve como ferramenta para a evolução do entendimento da decisão de compra do consumidor, sendo assim, se encaixa em diversos tipos de negócio. Para entender em quais as contribuições este estudo pode auxiliar, é preciso compreender os aspectos que ele pode estar presente.
Contribui para uma melhor tomada de decisão
Por entender o que influencia o consumidor a comprar, o neuromarketing permite que você realize ações que explorem esse aspecto, como posicionamento de produtos perante a concorrência ou imagem do produto na mente do consumidor. Dessa forma, as ações de venda acabam sendo focadas em particularidades dos consumidores, especialmente para aquele consumo.
Desenvolve produtos específicos para públicos-alvos
Após entender o que influencia o subconsciente do indivíduo a realizar a compra, o neuromarketing influencia em todo o processo de concepção do produto, permitindo que haja o desenvolvimento de produtos específicos para um público-alvo adequado.
Por exemplo, a empresa Campbell, de sopas enlatadas, utilizou a neurociência para avaliar as respostas corporais de seus consumidores para, então, trocar a embalagem do produto.
A partir de um entendimento sobre o comportamento de consumo de sopas dentro de casa, foi possível perceber alguns detalhes que fizeram a diferença, como por exemplo a fumaça da sopa. Ao perceber que as pessoas estudadas respondem melhor a sopas quando quentes, foi escolhido adicionar ela na embalagem. Além disso, a adição do título “Clássicos Favoritos”, a exclusão da colher e o reposicionamento do logo foram opções também embasadas na pesquisa.
Realiza campanhas publicitárias mais efetivas
Com esse estudo, também é realizável a criação de campanhas publicitárias mais coerentes com os gostos do indivíduo. A partir de técnicas do neuromarketing, é possível saber quais os melhores formatos para a adesão do consumidor.
Sofistica a experiência do consumidor
As ações de venda personalizadas aos gostos dos consumidores e o atendimento focado nas oportunidades geradas pelo estudo possibilitam uma otimização da experiência do consumidor, e um direcionamento mais assertivo. Assim, com o neuromarketing, ocorre a sofisticação dessa experiência, mais atrelada às experiências positivas e às sensações favoráveis em relação ao produto.
E como colocar o neuromarketing na prática?
Depois de entender um pouco mais o conceito de neuromarketing e alguns de seus benefícios, agora será entendido a aplicação na prática. A seguir algumas técnicas que desenvolvem essa ciência no seu negócio.
Psicologia das Cores
Essa técnica leva muito em consideração a experiência visual do consumidor com a marca, a partir dela, busca-se compreender as sensações e emoções despertadas a partir de um estímulo feito por cores.
Algumas cores podem ser mais representativas do que outras, ou seja, podem representar de uma melhor forma algumas emoções que outras não remetem tão facilmente. Veja algumas sensações e sentimentos que as cores podem trazer:
- Azul: confiança e segurança;
- Vermelho: emoção e paixão;
- Laranja: sentimento amigável;
- Verde: tranquilidade e serenidade;
- Roxo: inovação e inteligência;
- Rosa: jovialidade e delicadeza;
- Preto: luxo;
- Branco: transparência.
Storytelling
Atualmente, para impactar o seu consumidor é necessário muito mais do que apenas uma aparição no seu dia em um formato publicitário, por exemplo. É preciso ativar o lado emocional do indivíduo, contando uma história que não precisa, necessariamente, envolver o produto.
Storytelling é a habilidade de contar histórias utilizando diversos recursos, podendo ser audiovisuais ou não. O importante é que ela tenha um conteúdo fluido, para que, quando o consumidor experiencie-a, ele saia com uma boa sensação e um grande impacto no dia dele.
Por quê contar histórias? As histórias são mais fáceis de serem lembradas, elas simplificam conceitos complexos e inspiram ações. Dessa forma, sua marca fará parte de um momento do consumidor e poderá inspirar um movimento, seja uma interação ou até uma compra.
Gatilhos Mentais
Os gatilhos mentais são agentes externos capazes de provocar uma reação nas pessoas e tirá-las de sua zona de conforto. Eles servem como um despertador de emoções, ativando partes do cérebro que estimulam a motivação e o engajamento da pessoa.
Existem diversos tipos de gatilhos mentais, como os de:
- Escassez: consiste em incitar nas pessoas a sensação de perda. Com o medo de ficar sem um produto ou serviço, o cliente efetiva a compra.
- Urgência: explora um hábito comum dos seres humanos, que é deixar tudo para depois quando há essa opção. Por isso, esta técnica se baseia em provocar a ação imediata.
- Autoridade: consiste em se mostrar conhecedor do que está sendo mostrado/explicado. Compartilhar conteúdos inovadores e explicativos.
- Reciprocidade: retribuir algo que lhe é dado de graça. Nesse caso, é esperado que o cliente forneça seus dados ou, no melhor dos cenários, realize uma compra.
- Prova social: esse gatilho coloca em prova a questão do indivíduo ser bem aceito e poder conviver em um grupo social. É o ato de convencer o consumidor a comprar para ele se sentir parte de algo.
Design Otimizado
Com embalagens melhores, sites bem desenhados e redes sociais padronizadas é possível garantir uma experiência ótima do consumidor. Agora, com a ajuda das outras técnicas discutidas nesse artigo, o seu negócio pode possuir um design otimizado.
Um bom design pode incitar uma vontade do consumidor explorar mais o seu negócio, e procurar novas formas de entrar em contato com a marca. Nada como um layout organizado e bem pensado, embasado em técnicas de neuromarketing.
O neuromarketing é uma área de estudo ainda em evolução. Suas técnicas são cada vez mais aprimoradas para evoluir a relação com o consumidor. Com ele, seu empreendimento evolui e chega em um nível centralizado nos gostos e necessidades do indivíduo. Para qualquer negócio é uma grande oportunidade para entender melhor o processo de venda e consumo de produtos.
Referências
Colaferro, C. A., & Crescitelli, E. (2014). A Contribuição do Neuromarketing para o Estudo do Comportamento do Consumidor. BBR-Brazilian Business Review, 11 (3), 130-153.