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O Itaú, um dos nossos parceiros do setor financeiro, marcou presença no VTEX Day 2024 com um estande dedicado a explorar diversos temas relevantes para o mercado. Na ocasião, o Superintendente de Produtos e Parcerias Digitais, Luis Lima aproveitou para palestrar sobre “O e-commerce nas redes sociais (social commerce)”. O foco principal da apresentação foi o conceito de social commerce, ressaltando a inevitável ligação entre o comércio eletrônico e as redes sociais. 

Com o intuito de auxiliar empresas e profissionais a potencializar as vendas através da internet e alcançar novos clientes, Luis também apresentou exemplos de como a influência das redes sociais impulsiona a conversão dentro do ecommerce.

Neste artigo, vamos explorar os principais pontos abordados, destacando a importância do social commerce e as estratégias de sucesso adotadas por marcas influentes.

O que é Social Commerce?

O Social Commerce é uma estratégia que integra as redes sociais ao processo de compra, aproveitando a interação e influência dos consumidores nessas plataformas para impulsionar as vendas. Em outras palavras, consiste em criar conteúdos atraentes e otimizar as redes sociais para aumentar as vendas e atrair novos consumidores.

Com a popularização das redes sociais, as empresas têm encontrado novas formas de se conectar com seu público-alvo, criando experiências de compra mais personalizadas e interativas. Isso porque 

atualmente as mídias sociais se integraram profundamente ao dia a dia da maioria das pessoas. Está cada vez mais raro encontrar alguém que não esteja presente em pelo menos uma das principais redes sociais. Assim, essas plataformas se tornaram não apenas fontes de informação, mas também de entretenimento e consumo.

A importância do Social Commerce no mercado atual

Para Luis é impossível discutir o social commerce sem considerar as mudanças de hábitos e comportamentos do consumidor. E aponta para a necessidade de uma experiência personalizada enfatizando que hoje os consumidores desejam ser tratados de forma diferenciada, buscando uma conexão emocional entre as marcas e eles mesmos.

“Os valores e aspirações dos consumidores mudaram. Muitos já não desejam os bens materiais tradicionais, como carros e casas, e buscam um equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, aliando a uma melhor qualidade de vida física e mental. Os consumidores estão cada vez mais identificados com grupos e estilos de vida específicos, e as marcas precisam se adaptar a essas mudanças, conectando-se aos valores e interesses do seu público-alvo”, explica.

Lima argumenta que as empresas devem mudar seu foco do produto para o comportamento do consumidor. Ele cita as marcas Chilli Beans e Reserva como exemplos de empresas que se destacam não apenas por seus produtos, mas também pela presença que possuem nas redes sociais. Essas marcas são vistas como influenciadoras significativas, capazes de impactar as decisões de compra dos consumidores de maneiras não tradicionais.

Chilli Beans: mais que venda de óculos

A marca brasileira de óculos de sol, relógios e acessórios fundada no final dos anos 90, conseguiu expandir sua atuação no Brasil e no mundo, consolidando a sua posição como marca referência na moda. 

A Chilli Beans conseguiu influenciar seus consumidores de várias maneiras. Diante do fechamento das lojas físicas durante a pandemia, a marca rapidamente investiu em melhorias e inovações no ambiente digital. Isso incluiu aprimoramentos estéticos e de usabilidade em seu site e redes sociais, além de permitir que cada franqueado administrasse suas próprias páginas, criando uma experiência de compra mais personalizada. Também incorporou vídeos e histórias por trás dos produtos, aumentando o engajamento do público, junto com ferramentas inovadoras, como o provador virtual 3D de óculos.

Outro ponto-chave foi a parceria com influencers relevantes em diversas plataformas, como Instagram, Youtube, Twitter e TikTok, ampliando o alcance e a credibilidade da marca. A Chilli Beans identificou a demanda dos consumidores e expandiu seu portfólio para incluir óculos de grau, além dos tradicionais óculos de sol. Essa diversificação de produtos demonstrou a capacidade de adaptação e antecipação às necessidades do mercado.

A marca também enfatizou a integração entre os canais físicos e digitais, fortalecendo o omnichannel e proporcionando aos clientes a liberdade de escolher onde comprar.

Reserva: a marca para quem sustentabilidade é um conceito irrestrito

A Reserva exerce uma influência significativa sobre seus consumidores por diversos motivos. Primeiramente, sua conexão com o estilo descontraído e característico do carioca desde 2004 lhe garantiu um espaço sólido no mercado da moda. A marca, que surgiu com uma produção modesta de bermudas, expandiu-se ao longo dos anos e agora integra o portfólio da Arezzo&Co, sob o nome de AR&Co, abrangendo não apenas a Reserva, mas também outras marcas como Reserva Mini, Oficina, Reserva Ink, Reserva Go e Eva.

Além disso, os valores e princípios que a Reserva defende contribuem para sua influência. Fundada por dois amigos, a marca não apenas incorporou o estilo carioca, mas também se tornou uma referência nacional devido aos seus compromissos com questões fundamentais. Ela não apenas adota práticas sustentáveis para enfrentar os desafios ambientais da indústria da moda, a segunda mais poluente do mundo, mas também defende valores como liberdade de expressão, combate ao preconceito e combate à fome.

Essa postura ética e engajada ressoa com os consumidores que buscam marcas alinhadas com suas próprias convicções e valores. Ao apoiar a Reserva, os consumidores não apenas adquirem produtos de qualidade, mas também se associam a uma marca que promove mudanças positivas na sociedade, o que fortalece sua conexão emocional e lealdade à marca. Portanto, a influência da Reserva vai além do aspecto estilístico, permeando também questões sociais e ambientais, o que a torna uma escolha significativa para muitos consumidores conscientes.

No social commerce, é essencial engajar, proporcionar uma experiência feita sob medida, estabelecer um vínculo emocional com os clientes, compreender suas preferências e individualidade, e deslocar a atenção do produto para garantir vivências distintas.

O sucesso da estratégia da Bianca Andrade

Um dos cases de sucesso mencionados na palestra foi o da influenciadora Bianca Andrade, conhecida como Boca Rosa. Luis destacou a estratégia de crossmedia utilizada por Bianca, que distribui uma mesma narrativa entre diferentes segmentos de mídia, como TV e redes sociais, respeitando suas características intrínsecas. 

A estratégia de crossmedia adotada por Bianca Andrade durante sua participação no Big Brother Brasil 20 foi um verdadeiro exemplo de como integrar diferentes canais pode impulsionar uma marca ao sucesso. Bianca não se limitou apenas à exposição na televisão; ela estendeu sua presença para suas redes sociais pessoais e para o perfil de sua marca, Boca Rosa Beauty, no Instagram.

Durante sua estadia na casa, ela aproveitou cada oportunidade para promover discretamente seus produtos. Ela maquiava-se diariamente, sem rótulos nos produtos, o que naturalmente despertava a curiosidade dos outros participantes. Essas interações orgânicas se traduziam em publicidade gratuita e autêntica, alcançando um público nacional.

Aos domingos, quando o programa atingia sua maior audiência, Bianca escolhia cuidadosamente sua aparência e compartilhava looks específicos tanto no programa quanto em suas redes sociais. Essa consistência visual criou uma conexão direta entre sua imagem pessoal e sua marca, fortalecendo o reconhecimento da Boca Rosa Beauty.

Ao manter seu perfil pessoal e o da marca alinhados, Bianca garantiu uma experiência integrada para sua audiência, reforçando a mensagem e a imagem da Boca Rosa Beauty de maneira coerente e envolvente. Isso não só gerou buzz online e offline, mas também impulsionou o interesse e a venda dos produtos.

Assim, sua estratégia de crossmedia permitiu que ela transformasse sua marca em um fenômeno nacional, faturando mais de R$400 milhões com produtos de maquiagem.

TikTok e o impacto dos micro influenciadores

Luis também comentou sobre a crescente importância dos micro influenciadores no cenário das redes sociais, especialmente no contexto do TikTok e do Instagram. Segundo o profissional, tradicionalmente associamos influenciadores a um grande número de seguidores, mas o que vemos agora é que até mesmo aqueles com menos seguidores têm um papel significativo. Ele ainda aponta o TikTok como uma plataforma que sabe aproveitar o poder desses micro influenciadores, trazendo alguns dados:

  • 40% dos consumidores sentem-se motivados a fazer uma compra ao visitar a página de um varejista nas redes sociais;
  • 60% consideram as avaliações e comentários sobre produtos compartilhados nesses canais ao tomar uma decisão de compra.

Ao comparar o TikTok e o Instagram em termos de popularidade no Brasil, o TikTok ocupou a 5ª posição em 2023, com mais de 82 milhões de membros. Ele atrai principalmente o público mais jovem, com 42% dos usuários entre 18 e 24 anos e 27% entre 13 e 17 anos. Já o Instagram é o 2º aplicativo mais popular no Brasil, com cerca de 99 milhões de usuários diários, atraindo uma faixa etária mais ampla, com 44% entre 30 e 49 anos, 31% entre 16 e 29 anos, e 25% acima de 50 anos.

Desafios do social commerce

Apesar de oferecer oportunidades valiosas para as empresas expandirem suas vendas e interações com os clientes, o social commerce também enfrenta uma série de desafios. Entre eles Luis destacou:

  • Concorrência crescente: Com o aumento do número de empresas adotando o social commerce, é essencial encontrar diferenciais competitivos para se destacar no mercado e atrair clientes;
  • Compreensão do público: É preciso entender profundamente as necessidades, desejos e preferências do público-alvo para desenvolver estratégias eficazes de social commerce. Isso inclui adaptar os produtos, mensagens e abordagens de marketing para atender às expectativas do cliente;
  • Reconhecimento da marca e alcance online: Construir e manter o reconhecimento da marca é essencial para o sucesso do social commerce. Além disso, expandir o alcance online para atingir novos clientes e manter a relevância é um desafio contínuo;
  • Gestão de comentários e feedbacks negativos: As redes sociais oferecem uma plataforma aberta para os clientes expressarem suas opiniões, incluindo feedbacks negativos. Lidar de forma eficaz com esses comentários, resolver problemas e manter uma reputação positiva é fundamental para o sucesso do social commerce;
  • Adaptação às novas tecnologias: A rápida evolução das tecnologias, como inteligência artificial (IA) e realidade virtual (RV), apresenta desafios e oportunidades para as empresas. Por isso, adaptar-se a essas novas tecnologias e integrá-las de forma eficaz nas estratégias de vendas e marketing é essencial para se manter competitivo;
  • Facilitação da jornada de compra nas redes sociais: Tornar a experiência de compra direta nas redes sociais fácil, intuitiva e segura é um desafio importante para as empresas que adotam o social commerce. Isso envolve garantir uma integração perfeita entre as plataformas de mídia social e os sistemas de comércio eletrônico, bem como oferecer suporte ao cliente durante todo o processo de compra.

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