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O mundo das metodologias ágeis está em constante evolução, e, com isso, esse artigo traz algumas das tendências mais comentadas atualmente por profissionais da área. Uma tendência é definida como uma mudança que tem a capacidade de influenciar a dinâmica dos negócios, dessa forma, trazemos 6 trends que foram comentadas em eventos como Agile Trends 2023 e que são tópicos daqui, dá só uma olhada!

#1 KMM/KPPM

Para dar abertura às tendências de agilidade, será comentado sobre o Kanban Maturity Model (KMM) e Kanban Project and Portfolio Management (KPPM). Ambos são modelos focados em uma linha de maturidade de negócio, priorizando-o ao invés de organizações de squads e tribos. 

O KMM é um guia que conecta valores culturais e práticas de gestão dentro da conjuntura atual da empresa. Ele evolui o sistema de produção, direcionando os esforços para um nível mais alto de performance alinhado aos objetivos do negócio. Elaborado pela Kanban University, ele mapeia 7 níveis de maturidade e mostra como implantar o método Kanban para avançar de um nível para o outro, buscando melhorar o desempenho econômico da empresa. 

A tabela mostra o Modelo de Maturidade Kanban.

O que o KMM pode ajudar? 

  • Aliviar sobrecarga 
  • Coesão da força de trabalho e satisfação dos funcionários 
  • Atender às expectativas dos clientes 
  • Definir e gerenciar a identidade e o propósito organizacional 
  • Congruência da tomada de decisão de cima para baixo 
  • Desempenho econômico previsível e sustentável 
  • Resiliência a contratempos e turbulências do mercado 

Já o KPPM, uma imersão nas práticas de gerenciar projetos, programas e portfólios, utiliza o Kanban como principal método e Kanbanize como uma ferramenta de apoio para a prática. Com o objetivo de ajudar a cumprir prazos agressivos e auxiliar na adaptação das rápidas mudanças e condições de mercado, o modelo visa definir práticas de gerenciamento de projeto adequadas às características do negócio, arquitetar soluções que forneçam visibilidade instantânea do status do plano e reforçar a cultura de trabalho em equipe, além de vários outros objetivos. 

Ao utilizar esse modelo, será possível solucionar alguns problemas, como: 

  • Atrasos no projeto 
  • Mudanças de prioridade
  • Comunicação ineficaz 
  • Carga de trabalho alta e desequilibrada 
  • Baixa agilidade e eficiência 

Tanto o KPPM, como o KMM são modelos que estão ligados e auxiliam a realizar evoluções de maturidade. Realizar treinamentos com esses modelos é uma opção para manter-se atualizado e com aptidão para resolver os problemas de um agilista. 

#2 Team Topologies

Conceito muito comentado no evento Agile Trends 2023, Team Topologies foca em como construir times de alta confiança para fluxo rápido. Tal concepção foi aprofundada no livro de mesmo nome escrito por Matthew Skelton e Manuel Pais, consultores de TI. Nele, é observado que o estudo de topologias de times (Team Topologies) analisa a disposição dos times dentro de uma empresa a partir do fluxo de trabalho, da comunicação e das interações entre os times. Utilizando alguns conceitos para embasar os estudos, como a lei de Conway, os autores apresentam 4 padrões de times para empresas de desenvolvimento de software, são eles: 

  • Stream-aligned teams

O principal tipo de time, tem como principal fundamento o fluxo contínuo de trabalho fortemente alinhado ao domínio do negócio ou capacidade organizacional. Responsável pelas entregas de valor, é o time que realiza aquelas referentes a software. 

  • Enabling-Team

Time de especialista que fornece suporte aos stream-aligned teams, buscando aumentar sua autonomia e não gerar dependência. 

  • Complicated-Subsystem Teams

Responsável por construir e manter uma parte do sistema que demanda um conhecimento muito específico e difícil de ser distribuído. 

  • Platform-Teams

Possui o propósito de permitir que os stream-aligned teams consigam entregar seu trabalho com completa autonomia. Tem como meta reduzir a carga cognitiva desse time. 

O objetivo do conceito de Team topologies é chegar a uma construção de um caminho bem definido de interações entre os times, de forma que a arquitetura clara e sustentável transforme os problemas que são encontrados em uma entrega contínua de valor. 

#3 Peter Drucker

O pai da administração nunca sai de moda. Tendência ontem, tendência hoje e tendência amanhã, Peter Drucker possui reflexões que ainda são muito pertinentes para o mundo da agilidade, mostrando que nem sempre o que é antigo é ruim. 

Inovando pensamentos de sua área, Peter valorizou aspectos humanos como forma de alavancar melhores resultados econômicos, propondo a autogestão das equipes para eliminar gargalos, buscando formas de mudar e dar mais velocidade à esteira de produção. 

Com várias evoluções sobre modelos de gestão, o autor traz algumas tarefas para a realização de uma boa gestão, são elas: 

  • Gerenciar por objetivos; 
  • Assumir riscos e deixar que decisões arriscadas ocorram em níveis mais baixos da organização;
  • Ser capaz de construir uma equipe integrada com membros que sejam capazes de medir seu próprio desempenho e resultados condizentes com objetivos gerais;
  • Ser capaz de comunicar informações de forma rápida e clara;
  • Ser capaz de relacionar o produto e a indústria com o ambiente total, saber o que é importante e o que deve ser levado em consideração. 

Peter Drucker é um autor que se faz presente no dia a dia de muitos agilistas, ocupando, muitas vezes, a cabeceira de alguns com seus livros. Seus conceitos são sempre válidos de estudo mais aprofundado. 

#4 Flight Levels

Esse conceito é introduzido como uma forma de observar oportunidades de melhorias organizacionais a partir de diferentes níveis de voo. Ajuda a estabelecer um foco compartilhado e manter a energia coletiva direcionada para entregas estratégicas. São 3 níveis de “altitude” divididos: 

  • Flight Level 1: Nível Operacional 

É o nível de voo mais baixo, com foco nos times de desenvolvimento de produtos e serviços. Ele foca na operação e pertence a times que realizam múltiplas tarefas. 

  • Flight Level 2: Nível de Coordenação 

O objetivo deste nível é ter os fluxos de trabalho coordenados além dos limites do time. Orquestrar para que os diferentes membros do time realizem a sua função específica e tudo caminhe organizadamente. 

  • Flight Level 3: Nível de Gestão de Portfólio 

Nível de voo mais alto, é onde acontece a priorização das iniciativas e direcionamento estratégico da organização. 

Flight levels.

Flight Levels é um instrumento de mediação de nível de maturidade. Com a correta organização, é possível construir times ágeis que se adaptam ao instável e mutável mercado dos dias de hoje.

#5 Fluxo unificado

Nascido em uma comunidade brasileira, o modelo de fluxo unificado surgiu para reduzir custos de coordenação e melhorar a gestão em ambientes de alta variabilidade. Alguns dos benefícios do método são: 

  • Equilibrar demandas e a capacidade em múltiplos times e projetos
  • Compartilhar conhecimento e reduzir a dependência de especialistas 
  • Lidar com mudanças de prioridade dinamicamente 
  • Reduzir impacto de ausência de pessoas chaves

Inspirado no método Kanban, o modelo visa tratar os fluxos de forma estratégica e inteligente para lidar com os desafios de forma mais eficiente, permitindo que várias equipes trabalhem em vários projetos  por meio de um fluxo compartilhado entre todas as equipes com ferramentas apropriadas. 

#6 DevOps

DevOps não é uma novidade no mundo da agilidade, porém, ainda sim, continua sendo uma tendência, especialmente em tempos como os de hoje, onde há a necessidade de ter estratégias para responder à redução de investimentos. 

A palavra remete à combinação dos termos desenvolvimento e operações, mas compreende muito mais do que apenas esses dois mundos.

DevOps

Destacado no evento Agile Trends 2023, essa abordagem é tida como essencial para a agilidade das equipes, com o intuito de acelerar os processos necessários para gerar valor ao resultado do projeto. Além disso, DevOps aumenta a eficiência dos processos automatizando atividades manuais repetitivas, prevendo a redução de desperdícios ao longo do fluxo, tais como superprodução, tempo de espera, transporte, defeitos e inventário. 

E qual a conclusão de tudo isso?

Agilistas devem ser pessoas muito atualizadas sobre todas as novidades que vão surgindo no mundo dos processos e organizações. São profissionais responsáveis por implementar as melhores metodologias ágeis no cotidiano das empresas sem perder de vista o resultado. Metodologias ágeis não devem ser vistas como fim, mas como o meio pelo qual se ajuda organizações a obterem resultados. Sendo assim, é crucial que haja um constante update por parte desses profissionais para um bom resultado.

As tendências dispostas neste artigo são temas que estão sendo muito comentados no mundo da agilidade, no entanto, não significa que sejam as melhores ou as ideais para uma situação em específico. Para cada problema, existe uma solução. 

Dessa forma, não existe bala de prata, adaptar é preciso. Mesmo que haja tendências, não significa que seja o melhor caminho a ser escolhido, e sim, soluções que melhor se adaptarem ao problema. 


Referências:

https://www.mauvisoft.com/2021/04/25/what-is-kanban-maturity-model/

https://www.objective.com.br/insights/kanban-maturity-model/

https://www.kanbanmaturitymodel.com/

https://www.cursospm3.com.br/blog/topologia-dos-times/

https://engineering.pipefy.com/2022/04/11/construcao-de-times-com-team-topologies/

https://www.baguete.com.br/colunas/jorge-horacio-audy/12/07/2013/talvez-peter-druker-fosse-agilista-afinal

https://k21.global/br/blog/o-que-e-flight-levels-e-suas-5-atividades

https://medium.com/@rosanafss/o-que-%C3%A9-flight-levels-b934d551fc93

https://www.redhat.com/pt-br/topics/devops

https://aws.amazon.com/pt/devops/what-is-devops/

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